Uma decisão complicada

Por não saber por qual delas começar (indecisão parva), tinha parado na minha mesa-de-cabeceira um volume com as quatro principais peças de Tchékhov, oferecido por uma simpática e bonita amiga. Hoje meti-o na mala, sentei-me numa esplanada e li:

MEDVEDENKO: Anda sempre de preto porquê?
MACHA: Estou de luto pela minha vida. A minha vida é uma desgraça.
[…]
MEDVEDENKO: […] A minha alma e a sua é que não têm qualquer ponto de contacto, menina. Eu amo-a e não consigo ficar em casa com as saudades, faço todos os dias seis quilómetros para cá e seis quilómetros para lá, mas não levo nada, da sua parte é só indiferentismo. […]
MACHA: Disparates (Cheira o rapé) O seu amor é comovente, mas não lhe posso corresponder, é isso.

Está decidido. Começo pelo princípio, que é como quem diz: começo pel’ A Gaivota.

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