Amy Winehouse

A esta hora já toda a gente sabe que morreu Amy Winehouse. Apesar de ser mais conhecida pelos seus problemas com álcool, droga e pelas suas erráticas aparições públicas, ela era a melhor voz do século XXI. Back to Black é o melhor disco pop (esse saco onde tudo cabe) desse mesmo século. Nele tudo é verdade. Nele tudo é carne e osso e sangue. Para além disso, nenhum outro conseguiu aliar a qualidade musical a um estupendo sucesso comercial. E nenhum outro me acompanhou tanto numa altura em que eu andava às cabeçadas com o amor, no limite da sanidade. A canção que dá nome ao álbum foi muito importante para mim. Essa canção não me confortava, pelo contrário, mandava-me mais para baixo. Quando Amy cantava we only say goodbye with words eu sentia aquilo dentro de mim e tinha vontade de chorar. Umas vezes chorei, outras não. Só mais tarde me conseguiu libertar das palavras e dizer definitivamente adeus àquele amor. Nessa altura já não ouvia Amy Winehouse porque não podia reavivar alguns sentimentos muito feios. Hoje, quando soube da notícia, escutei de novo Back to Black e voltei a ter vontade de chorar. Revi-me a esmurrar as paredes do meu quarto por alguém que não merecia. Hoje não esmurrei as paredes, mas, se esmurrasse, seria pela Amy que bem merecia.

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