Das embirrações

Não gosto de homens calvos que rapam o pouco cabelo que lhes resta. Têm sempre um ar muito confiante, asseado e nunca vacilam. Chegam com o peito para fora, muito tesos, sem desviar o olhar. Apertam a mão com muita força, como se quisessem marcar o seu espaço e mostrar que estão sempre dispostos a um duelo por ele. Depois afastam-se com a mesma certeza com que chegaram e eu fico a vê-los ao longe, encandeado com a luz do sol reflectida no seu cocuruto.

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